Querida Literatura, Quero escrever-te uma carta e até desconheço a razão pela qual tal desejo não me ocorrera antes, já que com você vivo uma das relações mais duradouras da minha vida. Em sua companhia aprendi quase tudo que sei. Aliás, companhia é um sinônimo seu. Os primeiros anos Confesso, um pouco envergonhada, que não sei ao certo como nossa amizade começou. Lembro-me bem, no entanto, da...
Você acabou de concluir o seu texto, colocou todas as suas ideias no papel. Olhe seu trabalho, orgulhe-se dele. Parabenize-se pela caminhada, porque só você conhece cada uma das horas dedicadas a ela e todos os problemas (internos e externos) que enfrentou para chegar até aqui.
Agora, coloque o seu projeto para dormir. Nada de sair espiando o resultado, nem um pouquinho. Agradeça e descanse.
Nessa fase, você vai se permitir esquecer tudo o que escreveu. Desligue-se do texto e vá fazer qualquer outra coisa. Vá viver em qualquer lugar longe das suas ideias, faça qualquer atividade que te afaste ao máximo do que você acabou de produzir. Você merece descansar.
Não há texto que não se transforme aos nossos olhos depois de um tempo e uma boa noite de sono. Mas lembre-se: você merece descansar desse texto – o que não te impede de iniciar outro, se quiser. Afinal, quem precisa dormir, de fato, é o texto, não você.