O que é crowdfunding? Tudo o que você precisa saber para apoiar os projetos de quem você admira

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Ao navegar na internet, assinar newsletters ou rolar a timeline de alguma rede social, você já deve ter se deparado com alguém pedindo ajuda para um crowdfunding.

Se você chegou aqui para entender o que é crowdfunding, como funciona ou ainda quer explicar aos seus possíveis apoiadores como eles podem a viabilizar o seu projeto, vem comigo!

Depois de sete anos utilizando o crowdfunding como uma das formas de publicar meus livros, preparei um artigo com tudo o que você precisa saber para apoiar projetos e ajudar quem você admira a transformar ideias em realizações.

O que é crowdfunding?

Crowdfunding é uma forma de unir criadores e o público interessado para viabilizar financeiramente uma ideia. Também chamado aqui no Brasil de financiamento coletivo, a prática existe há muito tempo, e é utilizada sempre que alguém tem um projeto e busca por pessoas que possam contribuir com algum dinheiro.

Normalmente, o projeto que o criador quer financiar ainda não existe no mundo — e é por isso que ele precisa do dinheiro. As criações resultantes do projeto são inúmeras — desde livros e inventos até eventos, jogos e ações sociais.

O primeiro projeto viabilizado a utilizar a internet para buscar apoiadores foi o filme Foreign Correspondents. Em 1999, o diretor Mark Tapio Kines reuniu 25 fans e angariou mais de US$125,000 para concluir a produção.

Como funciona o crowdfunding?

O crowdfunding funciona assim: alguém ou um grupo de pessoas (que pode ser um artista, um inventor, um coletivo, uma organização, um criador de conteúdos ou qualquer outra pessoa que tenha uma ideia e precise de dinheiro para desenvolvê-la) elabora o seu projeto dentro de uma plataforma de financiamento coletivo e começa a buscar pessoas interessadas em contribuir financeiramente para que aquela ideia seja realizada.

No entanto, os apoiadores do projeto não dão dinheiro para o realizador à toa: as pessoas que apoiam um projeto sabem, de antemão, o que receberão em troca por serem os primeiros a acreditar na ideia — e isso acontece através do sistema de recompensas.

As recompensas são pacotes elaborados pelo idealizador do projeto nos quais fica claro o que o apoiador receberá em troca ao contribuir com determinado valor. Além de saber o que receberá, o apoiador também sabe o prazo estimado de entrega da sua recompensa.

Por exemplo, na campanha da minha história em quadrinhos Doce Jazz, todos que apoiaram com R$30 receberam um exemplar impresso e autografado assim que o livro chegou da gráfica.

Como você já deve ter percebido, o crowdfunding é baseado na troca e na confiança. Não se trata apenas de dinheiro, mas também de unir as pessoas ao redor de uma mesma ideia, convidando qualquer interessado a contribuir para a construção de algo novo — em outras palavras, dá a todos nós a possibilidade de nos tornarmos patrocinadores dos criadores que admiramos.

Agora que você já sabe o que é crowdfunding e como ele funciona, chegou a hora de conversarmos sobre as diferentes possibilidades que as plataformas oferecem.

Quais são as modalidades de financiamento coletivo?

Existem três modalidades básicas de crowdfunding: pontuais, flexíveis e recorrentes.

  • Financiamento pontual: Quando o realizador determina uma meta financeira e tem um tempo limitado para levantar a grana. Caso o realizador não atinja o seu objetivo, todo o dinheiro é devolvido aos apoiadores e o projeto não se torna realidade.
  • Financiamento flexível: Quando o realizador não precisa, necessariamente, atingir a meta financeira estabelecida e tem mais liberdade para escolher por quanto tempo quer manter o projeto no ar. No entanto, mesmo sem atingir a meta, o realizador se compromete em entregar as recompensas aos apoiadores.
  • Financiamento recorrente: Quando o realizador tem um projeto de longo prazo e precisa de sustentabilidade financeira para continuar trabalhando. Nessa modalidade, os apoiadores acompanham o crescimento do realizador e têm a chance de conhecer os bastidores do trabalho.

Existe ainda uma outra forma de financiamento coletivo também muito difundida no Brasil: a vaquinha online. Nessa modalidade, ao invés de apenas criadores, inventores e organizações, pessoas com as mais variadas questões — como pagar por tratamentos médicos, bancar os estudos, quitar uma dívida, etc — publicam seu relato no site e saem passando o chapéu. Outro diferencial é que muitas vaquinhas online não possuem recompensa.

Quais são os principais sites de financiamento coletivo no Brasil?

Para se tornar um apoiador dos projetos de pessoas e causas que mexem com o seu coração, é importante conhecer os principais sites de financiamento coletivo do Brasil.

Se você quer apoiar artistas e criadores de conteúdo, os sites Catarse e Apoia.se reúnem inúmeros projetos de livros, jogos, quadrinhos, podcasts e produção de conteúdo que precisam de tanto de apoio pontual quanto recorrente.

Se o que move o seu coração é ajudar coletivos e ações sociais dos mais variados tipos, os sites Benfeitoria, Kikante e Vakinha são ótimos lugares para você encontrar projetos para apoiar e aquecer o coração.

Existem ainda outras plataformas que, apesar de não serem dedicadas ao crowdfunding, incorporaram algumas opções de financiamento recorrente. PicPay, PagSeguro e o próprio YouTube são algumas delas.

Crie e apoie projetos de crowdfunding

O crowdfunding, ao colocar realizadores e apoiadores em contato direto, transformou a relação das pessoas com ideias, criações e realizações.

Hoje, muitos artistas (eu inclusa!) conseguimos viabilizar nossos projetos porque recebemos ajuda das nossas bases de seguidores — online e offline — que são os primeiros a confiar no nosso trabalho.

Isso muda a indústria criativa, porque coloca nas mãos dos maiores interessados, os consumidores de produtos artísticos, a decisão do que eles querem ver acontecer.

Espero que esse artigo tenha te ajudado a compreender o que é o crowdfunding, como ele funciona e, principalmente, a importância do seu papel como apoiador de projetos.

Agora, se você quer começar a sua própria campanha de crowdfunding, considere ler as dicas da Amanda Palmer na arte de pedir ajuda, algumas dicas para você financiar o seu projeto de histórias em quadrinhos no Catarse e quais atitudes adotar ter para atrair cada vez mais leitores.

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Quem escreve sobre escrita

Mylle Pampuch

Mylle Pampuch escreve e edita livros. Publicou as histórias em quadrinhos A Samurai e Doce Jazz e os livros de contos A Sala de Banho e Realidades pré-distópicas (& modos de usar). Ministra oficinas de escrita criativa, orienta autores em seus projetos literários e incentiva todos que queiram a escrever e publicar suas próprias histórias.

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